A influência da mídia na alimentação infantil

     

As crianças têm sido cada vez mais influenciadas pela publicidade, o que pode ser considerado uma das causas do aumento da obesidade infantil.

Cerca de 60% dos produtos anunciados são ricos em gorduras e açúcares que estão representados no topo da pirâmide alimentar, ou seja, devem ser consumidos em menor quantidade. Os truques para chamar a atenção das crianças são diversos, entre os mais comuns estão associar personagens de desenhos infantis a marca e oferecer brinquedos como brindes na compra do produto. Estima-se que crianças e adolescentes passem cerca de 5h por dia na frente da televisão, o que a torna o principal veiculo das propagandas. Após a criança assistir aos comerciais, ela passa a pedir aos pais o produto que fora anunciado e quando os acompanha ao supermercado facilmente reconhece as embalagens coloridas e cheias de desenho. A ida aos fast foods é motivada pelo brinquedo que irão ganhar ao comprar o “kit de lanche” e como consequência a criança consome mais alimentos ricos em gorduras e açúcares como batatas fritas e refrigerantes. A escola, onde a maioria das crianças passa a maior parte do tempo, deveria ser um ambiente de conhecimento e reflexão, longe de propagandas que induzissem o consumo de produtos. Porém a escola tem absorvido cada vez mais estímulos comerciais. Propagandas de salgadinhos e refrigerantes nas cantinas, panfletos e brindes são entregados dentro da escola ou na porta, bandeirinhas de festa junina com o nome de alguma indústria famosa, de diversas formas o marketing das indústrias atuam também nas escolas. A maioria dos produtos feitos para ser levados na “hora do lanche” na escola, tem suas embalagens coloridas, com personagens e geralmente são alimentos de baixo valor nutricional e alta densidade calórica. Fica difícil para um pai mandar uma maçã no lanche do filho, sendo que a maioria dos amiguinhos consome o bolinho de chocolate do “Bob Esponja”. O questionamento da publicidade dirigida à criança dentro ou fora da escola vem tentando construir um caminho ao longo dos últimos anos. Empresas não querem abrir mão dos anúncios e produtos direcionados ao público infantil, pois eles representam um grande lucro. Há alguns anos atrás o deputado Luiz Carlos Hauly apresentou um projeto de lei para regulamentar a publicidade direcionada ao público infantil. A proposta já passou por três comissões e aguarda votação na última, a de Constituição e Justiça. Além desse projeto, há outras propostas sobre o tema em discussão na câmara como: obrigar a divulgação de advertência sobre obesidade em produtos altamente calóricos e obrigar a fixação de cartazes de advertência à obesidade em estabelecimentos que comercializem fast foods. No âmbito escolar está em andamento lei para proibir as cantinas escolares de venderem alimentos não saudáveis.

Por outro lado, a escola pode estimular o espírito crítico nos alunos, incentivar um modelo de vida mais saudável, com atividades lúdicas sobre a alimentação, que possam despertar nas crianças tanto interesse quanto as propagandas.

Portanto, é preciso a união da família e da escola para estimular hábitos saudáveis nas crianças e ganhar essa batalha contra o marketing. Publicado em 28/03/24