Açúcar, Chocolate ou Cacau?

A Páscoa está chegando e o chocolate acabou se tornando o protagonista desta celebração. Ok, chocolate é bom e (quase) todo mundo adora, além disso, quando consumido em quantidades adequadas, promovem benefícios à saúde. Mas, com a chegada da Páscoa muita gente acaba exagerando.   E qual é o problema disso? Alguns pontos devem ser levantados:
  • Primeiro, com tantas opções no mercado, fica difícil saber escolher a melhor opção.
  • Segundo, será que o que estamos comprando é chocolate de verdade?
  • Terceiro, por que a venda se foca, especialmente, no público infantil?
  Com relação ao primeiro ponto levantado, a nossa principal dica é ficar atento aos rótulos dos produtos, pois muitos chocolates são compostos por muito açúcar e gordura saturada. É bom lembrar que os benefícios associados ao chocolate são na verdade promovidos pelo cacau e quase sempre esse ingrediente é encontrado em baixas quantidades no produto. Segundo a ANVISA, para ser considerado chocolate o produto deve conter pelo menos 25% de “sólidos totais de cacau”. Veja os teores de cacau dos chocolates e faça a melhor escolha:
  • Amargo: Contém de 50 a 75% de cacau. Esta opção promove os melhores benefícios à saúde e, geralmente, contém menos açúcar.
  • Meio amargo: Contém de 35 a 50% de cacau.
  • Ao leite: Pelo menos 25% de cacau. Prefira as versões em sua forma pura, sem adição de cremes e outros componentes, pois acrescentam gordura ao alimento.
  • Branco: É constituído a partir apenas da manteiga de cacau. É o menos indicado por ser rico em açúcar e gorduras e não apresentar propriedades benéficas em sua composição.
  • Diet: O açúcar é substituído por adoçantes. Porém, essa troca modifica a textura do alimento e para conseguir a textura habitual, os fabricantes acabam adicionando mais gordura, tornando o produto bastante gorduroso.
  O segundo questionamento a ser feito é: isso é chocolate de verdade? Se criarmos o hábito de ler o rótulo dos produtos, conseguiremos saber o que realmente estamos consumindo. Veja a lista de ingredientes do seu Ovo de Páscoa. Você encontrou os termos açúcar, gordura ou gordura hidrogenada logo nas primeiras posições da lista? E o cacau? Encontrou descrito na lista de ingredientes, mas lá no final? Então, você não comprou chocolate! Você comprou um produto rico em açúcar e gorduras! Recentemente, a Organização Mundial da Saúde divulgou um documento recomendando a redução pela metado do consumo diário de açúcar (de 10% das calorias diárias totais, passou para 5%). Se o seu Ovo de Páscoa tem o açúcar como primeiro ou segundo ingrediente, é bem provável que você extrapole o consumo recomendado de açúcar ao final do dia.                                                                   Vamos ao terceiro ponto: É nítido que com tantos apelos da publicidade, o público infantil se torna um alvo fácil nesta época e a prática, cada vez mais frequente, de utilizar brindes com personagens famosos pode induzir o público infantil a consumir porções de chocolate além do recomendado. Mas, o que realmente preocupa é que justamente as opções destinadas às crianças são as menos saudáveis, onde se encontram os maiores níveis de açúcar e gordura do mercado.   Então, já está na hora de repensarmos o consumo de chocolate nesta época, certo?   Os pais devem estar atentos e permitir o consumo moderado de chocolate durante o período da Páscoa. É importante também estimular a troca do chocolate ao leite pelo chocolate meio amargo. Escolha ovos pequenos para seus filhos, já que a tendência é que eles ganhem chocolate dos avós, padrinhos, tios, etc. E que tal dar um livro junto do ovo? Assim, o foco não fica só no chocolate.       Boa Páscoa! Publicado em 24/04/24